Porque alguém desejaria compilar um um novo kernel? É mais provável que não precise fazer isto, pois o kernel da debian padrão trabalha com a maioria das configurações. Além disso, Debian freqüentemente oferece várias alternativas de kernel. Então você pode preferir checar primeiro se há um pacote de imagem do kernel que corresponde melhor ao seu hardware. No entanto, pode ser útil compilar um novo kernel para:
adicionar suporte a hardwares especiais, ou hardwares que conflitam com os kernels pré-fornecidos
usar opções do kernel que não são suportadas nos kernels pré-fornecidos (como suporte a altas quantidade de memória)
otimizar o kernel removendo controladores desnecessários e deixar a inicialização mais rápida
utilizar opções do kernel que não suportados no kernel padrão (como suporte a grande quantidade de memória RAM)
executar um kernel atualizado ou em desenvolvimento
aprender mais sobre o kernel do linux
Não tema tentar compilar um novo kernel. É divertido e proveitoso.
Para compilar um kernel usando o método da Debian, será necessário
instalar alguns pacotes:
fakeroot
, kernel-package
,
kernel-source-2.6.8
(a versão mais recente quando este documento foi escrito),
e alguns outros pacotes que provavelmente já estão instalados (veja
/usr/share/doc/kernel-package/README.gz
para ver a
lista completa).
Este método construirá um .deb do seu fonte do kernel e caso tenha
módulos não-padrões, criará um arquivo .deb dependente destes também.
É uma ótima maneira de gerenciar imagens do kernel; o kernel será gravado em
/boot
, incluindo o arquivo System.map e um log do arquivo
de configuração ativo da compilação.
Note que não precisará compilar seu kernel usando
o “Método da Debian”; mas nós achamos que o uso do sistema de
empacotamento para gerenciamento do kernel é seguro e fácil. De fato, você
poderá pegar os fontes do kernel do Linus ao invés do
kernel-source-2.6.8
,
e ainda usar o método de compilação do kernel-package
.
A documentação completa do kernel-package
é encontrada sob o diretório /usr/share/doc/kernel-package
.
Esta seção contém somente um breve tutorial.
Para mais adiante, nós assumiremos que tem controle completo sobre sua máquina
e descompactará seu fonte do kernel em algum lugar dentro do seu diretório
de usuário
[9]. Nós assumiremos que sua versão do kernel é
2.6.8. Tenha certeza que está no diretório que deseja descompactar os
fontes do kernel, descompacte-os usando
tar xjf
/usr/src/kernel-source-2.6.8.tar.bz2
e mude para o diretório
kernel-source-2.6.8
que foi criado.
Agora você poderá configurar seu kernel. Execute o comando make
xconfig
caso o X11 esteja instalado, configurado e sendo executado,
make menuconfig
(será necessário o pacote
libncurses5-dev
instalado). Leve algum tempo lendo as
mensagens de ajuda on-line e selecione as opções cuidadosamente. Quando
estiver em dúvida, é melhor incluir o controlador de dispositivo
(o programa que gerencia periféricos de hardware, tal como placas
Ethernet, controladores SCSI e outras). Tenha cuidado: outras opções
não relacionadas a hardwares específicos, devem ser deixadas no
valor padrão caso não as entenda. Não se esqueça de selecionar a opção
“Kernel module loader” em “Loadable module support”
(esta opção não é selecionada por padrão). Caso não esteja incluída, as
instalações usando a Debian podem apresentar problemas.
Limpe a árvore de fontes e resete os parâmetros do pacote
kernel-package
.
Para fazer isto, execute o comando make-kpkg clean
.
Agora, compile o kernel:
fakeroot make-kpkg --revision=custom.1.0 kernel_image
.
O número de versão “1.0” poderá ser modificado se desejar; este é
somente um número de versão que usará como controle sobre as construções do
seu kernel. De forma parecida, poderá colocar uma palavra no lugar
de “custom” (e.g., um nome de máquina). A compilação do Kernel
poderá levar um tempo, dependendo do poder de processamento da sua máquina.
Caso precise do suporte a PCMCIA, você também precisará instalar o
pacote pcmcia-source
. Descompacte o arquivo
tar.gz como root no diretório /usr/src
(é importante
que os módulos sejam encontrados no local onde o programa espere encontrá-los,
no caso, o diretório /usr/src/modules
). Então, digite como
usuário root make-kpkg modules_image
.
Assim que a compilação estiver concluída, você poderá instalar o kernel
personalizado como qualquer pacote. Como root, execute o comando
dpkg -i ../kernel-image-2.6.8-
.
A parte sub-arquitetura
_custom.1.0_i386.debsub-arquitetura
é uma sub-arquitetura
opcional,
tal como “i586”,
dependendo das opções do kernel que escolheu.
O comando dpkg -i kernel-image...
instalará o kernel,
junto com outros arquivos de suporte. Por exemplo, o
System.map
será instalado
(útil para depurar problemas no kernel) assim como o
/boot/config-2.6.8
(contendo seu conjunto de configurações do kernel). Seu novo pacote
kernel-image-2.6.8
é também
inteligente o bastante para usar automaticamente o gerenciador de partida
de sua plataforma para executar uma atualização do setor de partida para
que a inicialização ocorra sem problemas. Caso tenha criado um pacote
PCMCIA, você precisará instalá-lo também.
É hora de reiniciar o sistema: leia cuidadosamente o alerta que o passo
acima produziu, então execute o comando shutdown -r now
.
Para mais informações sobre o kernel-package
, leia
a bela documentação em /usr/share/doc/kernel-package
.
[9] Existem outras localizações onde pode descompactar os fontes do kernel e construir seu próprio kernel personalizado, mas isto é fácil pois não requer permissões especiais.